Síntese do Fórum II:
" A formação Docente e a aprendizagem em rede"
por Vera Moreira
A sociedade contemporânea estabeleceu uma mudança na postura dos educadores em relação à utilização das novas tecnologias na educação. No fórum II, refletimos e analisamos as possibilidades da atuação docente e o uso da internet/web como recurso favorável à construção do conhecimento em rede.
Recordando...
Para M. Castells "a revolução da tecnologia da informação e a reestruturação do capitalismo introduziram uma nova forma de sociedade, a sociedade em rede".
- Foi esse desenvolvimento tecnológico que determinou o surgimento desta nova sociedade ou a sociedade que determinou o desenvolvimento tecnológico?
- Qual a importância de nos apropriarmos da internet (Web) não somente como ferramenta, mas como um instrumento dinamizador da vida social contemporânea?
- Como a escola tem se apropriado das novas demandas e desafios impostos pela contemporaneidade, no sentido de perceber a reconfiguração pautada em princípios do conhecimento em rede?
De acordo com CASTELLS, “não foi a tecnologia que determinou o nascimento e o desenvolvimento da sociedade em rede, mas sem este tipo de tecnologias aquela não teria existido”.
De fato, estamos todos de acordo que a escola precisa produzir em rede. “A postura do professor diante da tecnologia é a de ver com bons olhos o que ela pode nos oferecer em termos de melhorar o conhecimento a ser adquirido tanto pelo aluno, quanto pelo professor”, como disse uma aluna.
Com base no texto da autora Andrea Ramal, “as escolas têm feito um esforço no sentido de renovar seus métodos didáticos”. De que maneira a internet (Web) pode contribuir com esta inovação nas práticas pedagógicas? O professor terá que atribuir novos sentidos para a realidade e saber criar novos saberes, a serviço da humanidade”.
- Como fazer esta transformação, utilizando as novas tecnologias na sala de aula, de forma a explorar todo o seu potencial?
- O que fazer para o professor deixar de resistir ao uso da Web e das tecnologias digitais?
- Como evitar o mau uso destas ferramentas na escola?
Considerando o posicionamento de RAMAL, a nova prática pedagógica e a utilização das TIC’s na sala de aula, de maneira contextualizada, constituem significativas mudanças no processo de ensino e aprendizagem, pois o professor é o orientador do estudo; o aluno é agente da aprendizagem; a sala de aula é o ambiente de cooperação e construção; e a troca de experiências (o aprender junto) favorece a busca do conhecimento construído e compartilhado por meio da reflexão crítica.
DIMANTAS afirma que “a Internet rompe com espaço, com o tempo, com individualidade e com o conhecimento. A informação é o mundo e o mundo está na rede.”
- Qual é o papel do professor nesta rede de aprendizagem?
- Como dinamizar a prática pedagógica de modo a orientar nossos alunos para que possam explorar a Internet/Web em favor do conhecimento, como destacou outra aluna?
- O que faz esta ferramenta que conecta grupos propiciando coexistir e trabalhar em conjunto?
- Qual o tipo de conexão está sendo feita na escola? Como anda a ética? Até onde vai o direito do outro?
Falando sobre "as possibilidades de conhecimento e de cooperação" que a web oferece aos seus usuários como também foi citado por uma aluna, a Wikipédia, uma enciclopédia construída coletivamente, é uma teia de ideias.
- Como esta rede colaborativa favorece a comunicação?
- Engloba de fato a rede do conhecimento?
A conectividade é uma nova forma de produzir sentido e conhecimentos. A Web permite a expressão das diferenças de identidade. É o território que proporciona a subjetividade, como podemos observar nas argumentações de DIMANTAS. Para ele, colaboração é a palavra do século XXI. É uma condição de sobrevivência. A Internet/Web está ensinando os usuários a se inter-relacionarem no espaço virtual, que é tão real. Neste sentido, que tipo de formação tem sido realizada na escola que permite professores e alunos compreenderem os novos paradigmas que constituem o mundo virtual contemporâneo?
Para esclarecer tal questão, destaco os principais pontos apontados por Dimantas em seu texto:
A potência:
Web: Produção de saberes e conhecimentos coletivos. Espaço de significado simbólico. É um lugar de convivência e de compartilhamento de idéias, uma vez que por trás de cada computador há um ser humano buscando uma nova forma de aprender, produzir, expressar, ensinar etc.
Impacto:
Os seres humanos se organizam em redes colaborativas que permite a edificação de uma inteligência coletiva. A rede amplia a comunicação e o talento humano de cooperação.
As redes são por demais reais: são produtoras de subjetividade e pensamento.
Tecnologia maquínica:
Vivemos numa era de uma cultura remixada, hibrida diversa e plural.
Subjetividade:
É o conjunto de disposições individuais e coletivas que formam um indivíduo social. A Web permite a expressão destas diferenças de identidade e subjetivas.
Controle e liberdade:
O Ciberespaço: é o rompimento como o espaço e o tempo concreto, físico, pré-determinado. A conectividade é uma nova forma de produção de sentidos e de conhecimentos.
Transformação:
Qualquer indivíduo pode interagir com a informação a partir de escolhas e inovações constantes. Estabelece as “comunidades virtuais”.
Rizoma:
As informações veiculadas na Web, estão em rede (rizoma). Por isso, não há início nem fim. Não há uma única raiz, como a árvore, logo somos um produto rizomático.
Produção biopolítica:
Há necessidade de uso da internet a partir de preceitos políticos éticos e responsáveis, elaborados em prol da coletividade mundial.
Redes de colaboração:
Há necessidade de constantes debates sobre o uso adequado do mundo digital, a partir de paradigmas voltados para a (re)construção digna e democrática da sociedade humana.
TAZ:
A Web consiste em um espaço virtual, colaborativo, em rede e fluído. Sua existência permite o compartilhar e socializar idéias, as informações e os conhecimentos diversos e plurais. As coisas mudam em uma velocidade extrema.
Impacto:
O protocolo da Internet é a possibilidade de acesso de todos e de deliberação coletiva sobre temas comuns.
Podemos concluir, portanto, que o professor tem o papel de agente da reflexão crítica. Por isso, a escola deve ser o espaço no qual será ensinado ao aluno o novo conceito de sociedade em rede: construída em rede de maneira colaborativa. Esta rede é uma fonte de informações e conhecimentos produzidos numa infinidade de assuntos e temas através da conexão da Web. É a socialização das informações que forma uma enorme rede de conhecimentos. O uso das novas tecnologias na escola deve planear, conforme as considerações da aluna: “cada vez mais novas formas mais criativas de ensinar e preparar nossos alunos para que sejam cidadãos capazes de interagir, de agir e de conduzir transformações na sociedade em que vivem”.
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